Estava
eu, todo animado para o passeio...
Depois
de tanto tempo marcando,
Finalmente
iria para o Coité.
Coité
do Noia, para casa da Paula.
Mas
nem tudo é perfeito.
Não
foi dessa vez que fui,
A
culpa foi minha, mas não minha,
Pois
eu queria ir.
A
culpa foi de minha imprudência.
Aquela
cena: ...
Eu
voando mesmo sem ter asas,
Ou
sem estar dentro de algo que voe.
Eu
nadando, nadando sem água,
Nadando
no seco.
É
inexplicável.
Essa
não é a combinação perfeita.
Disso
resultou muito dor,
Tanto
física quanto psicológica.
E
lembranças ruins eternas.
Arranhando
e arrancando a minha amada pele.
Parte
dela não terei de volta,
Deixei
lá de lembrança para quem passar.
Inclusive
eu...
Nunca
tinha visto meu osso se movendo,
Não
assim, não sem pele por cima.
Dessa
vez eu vi.
Que
buraco profundo, isso me deixou nervoso.
Parecia
filme de terror, onde eu era o protagonista.
Não
sou materialista, longe disso.
Mas
vale um comentário:
Nunca
mais usarei minha bermuda favorita;
Meu
relógio e minha moto precisam ir pro conserto.
Na
hora não pensei nada,
Mas
achei tudo estranho.
Não
sei descrever a sensação que tive.
O
que pensei no exato momento.
Nem
se senti medo, ou outra coisa.
Foi
um momento passageiro demais.
Depois
pensei. Pensei bastante...
Pensei
que poderia ser o meu fim.
Talvez
não pudesse ver,
Falar,
ouvir, minhas pessoas queridas.
Talvez
meu fim fosse de uma forma trágica.
Mas
não foi, ainda bem...
Pensei
nas inúmeras coisas...
Coisas
que eu poderia ter feito para mudar a minha história,
Torná-la
diferente, mas que não fiz.
Ás
vezes sinto que estou exagerando,
Mas
não estou, nada mais grave aconteceu,
Além
de arranhões, buracos e dores.
Mas
poderia ter acontecido.
Estou
apenas pensando nas possibilidades.
O
que falar do tempo?
Um
momento poderia ter feito toda a Diferença.
Um
minuto de atraso. Um minuto adiantado.
Uma
coisa esquecida. Um contratempo.
Um
segundo de menos freio.
Um
segundo de visão, para mais ou para menos.
Um
novo dia para a visita. Uma nova escolha.
É
fácil falar depois que acontece.
Aprendi
uma coisa:
Não
devo andar de moto sem capacete.
Enquanto
lembrar, não andarei.
Se
hoje tivesse sem,
Meu
lindo rosto estaria desfigurado,
Estaria
numa tristeza profunda.
Agora
estou apenas mal.
Ontem
um dia tão perfeito.
Estudando,
resenhando, brincando,
Com
meu amigo Fernando.
Falando
das manias alheias e das nossas.
Analisando
coisas simples e complexas.
Hoje
um dia que começou bem
E
terminou mal.
Mas
menos mal do que poderia ter sido.
Um
dia para ser esquecido.
Data: melhor não lembrar
Autor: Um enfermo